Quando pesquisamos sobre runas, normalmente encontramos termos como runas nórdicas, runas germânicas, runas vikings, elder futhark, younger futhark e por ai vai.
E isto pode parecer bastante confuso para quem ainda não tem muita familiaridade com o tema.
Eu sei, também foi confuso para mim durante muito tempo.
Então por isto resolvi escrever este artigo, para ajudar você que tem estas mesmas dúvidas a entender melhor o que é o que.
E se você não sabe nada sobre runas nórdicas, já temos um artigo neste blog fazendo uma introdução sobre elas, que você poderá acessar aqui.
E além disso, existe um vídeo no meu canal do YouTube onde explico melhor o contexto histórico em que elas se desenvolveram.
Bem como, o porque de tanta confusão nos dias de hoje sobre a origem das runas. Então vale a pena dar uma passadinha lá depois ok?
O vídeo é esse aqui ó:
Mas agora vamos ao tema de hoje…
…Objetivo: entender sobre os diferentes alfabetos de origem nórdico/germânico (ao menos os principais). 😉
Estrutura dos Alfabetos Rúnicos
Primeiramente, iniciaremos pelo nome. O conjunto de runas nórdicas, ou alfabeto rúnico, normalmente é chamado de futhark.
E este nome, curiosamente, corresponde às seis primeiras letras (ou runas) que aparecem sequencialmente no alfabeto, conforme segue:
Mas devemos nos lembrar que não existe apenas um alfabeto rúnico, o que nos leva a perguntar onde tudo começou.
E desta forma, nos deparamos com o Elder Futhark.
O Elder Futhark ou Futhark Antigo
O Elder Futhark, ou alfabeto ancestral, é assim chamado porque acredita-se ser o original.
Ele está em proto-germânico, uma linguagem que se desenvolveu do proto-indo-europeu e foi utilizado entre os séc. II e IX na Europa continental e dos séculos VII a VIII na Escandinávia.
Porém, esta é uma língua morta, o que acaba dificultando um pouco o entendimento de seus significados e pronúncia.
E desta forma, muitos aspectos desta linguagem não estão definidos com exatidão, apesar do grande esforço empregado por linguistas, historiadores e arqueólogos da atualidade.
Portanto, tenha em mente que todo o conhecimento que temos sobre as runas nórdicas do Elder Futhark trata-se de algo aproximado…
…Conclusões tiradas por linguistas através do estudo comparativo.
Isto porque, com o passar do tempo, devido às alterações naturais na fonética e gramática das línguas germânicas, este alfabeto sofreu diversas alterações.
Então, primariamente, ele era composto por 24 letras/runas divididas em 3 “famílias”, ou “subconjuntos”.
E cada uma destas “famílias” de runas, estava associada a uma determinada divindade germânica.
Sendo assim, você tinha três Ættir, (plural para Ætt – que significa clã ou família) onde as oito primeiras estariam associadas ao deus Freyr, as oito subsequentes a Heimdall/Hagall e as oito últimas ao deus Týr conforme pode ser visto na imagem a seguir:
Veja o significado das runas do elder futhark neste artigo aqui.
Posteriormente, entre os séculos VIII e IX houve uma simplificação do alfabeto, como forma de acompanhar as mudanças nas línguas germânicas.
E desta forma, já em nórdico antigo, surge o Younger Futhark, também conhecido como alfabeto viking.
O Younger Futhark ou Futhark Novo
E o younger é chamado assim, porque este era o alfabeto utilizado de fato durante a era viking.
Ele surge entre os séculos VIII e IX, como uma simplificação do elder futhark, apresentando apenas 16 runas.
Vale lembrar que ele não é o único alfabeto derivado do elder futhark, existem ainda as runas marcomânicas, medievais, dalecarlianas e assim por diante.
Mas falaremos mais sobre isto em um outro momento, focando agora nos alfabetos principais.
E no caso do younger, não só a pronúncia e/ou nomes por vezes foram modificados, mas também alguns significados das runas.
Sem falar que, assim como o elder futhark, o younger também apresenta algumas variações…
…Lembrando que estamos falando de uma cultura tribal onde normalmente existiam variações regionais.
Por conta disto, não é incomum ver pequenas divergências sobre como as runas nórdicas era gravadas, em ambos os casos.
Mas, geralmente, tais diferenças acabam aparecendo de forma mais expressivas na era viking, ou seja, quando estava em uso o younger futhark.
Para exemplificar isso, as imagens a seguir mostram as variações mais conhecidas do younger:
O Fuþork Anglo-Saxão
E por fim, como não poderíamos deixar de mencionar, existe ainda o icônico Futhork Anglo-Saxão.
Que tendo se desenvolvido entre os séculos V-XI na Inglaterra anglo-saxã, diferentemente do younger, preservou as 24 runas originais, trazendo ainda mais algumas runas adicionais.
Normalmente ele apresenta variações entre 26 e 33 runas usadas para escrita em antigo inglês e antigo frísio, como podemos ver a seguir:.
Resumidamente, podemos dizer que sem o poema rúnico anglo-saxão, dificilmente teríamos alguma noção sobre o que significam as antigas rúnas nórdicas do Elder Futhark.
Isto porque, o mais longo poema rúnico descoberto até os dias de hoje, registrado em um manuscrito do séc. X (Cotton Otho B.x, fol. 165a –165b), descreve os significados de 29 runas pertencentes ao Futhork Anglo-Saxão…
…E destas 29 runas, 24 são justamente as runas do Elder Futhark.
Runas Nórdicas nos Dias de Hoje
Nos dias de hoje entende-se que as runas, por serem letras, serviam para a comunicação mas seu uso não para por ai.
Como verdadeiros símbolos mágicos, elas eram usadas principalmente na magia talismânica, como atestam a grande maioria dos historiadores.
Sendo assim, serviam para proteção em batalha ou dos navios, magia de amor, cura, proporcionar eloquência e muitas outras coisas…
E você poderá ver mais sobre a magia rúnica neste artigo qui.
Além disso, muitos acreditam que para os antigo as as runas eram também uma forma de oráculo, como tentamos reproduzir nos dias de hoje.
E embora não haja muitas evidências históricas sobre como isso era feito em detalhes, quem já teve algum contato com as runas sabe o quanto elas podem ser efetivas.
Tanto nas diversas formas de magia que se desenvolveram com o passar do tempo, como em uma leitura oracular.
Onde elas são diretas e, por vezes, até meio ranzinzas, mas sempre dizem verdades e transmitem sabedoria.
Escolhendo um Alfabeto
O alfabeto mais utilizado na atualidade para ambos os fins (inclusive como técnica vibracional terapêutica) é o elder futhark.
E esta escolha se dá por este ser o alfabeto original, apesar de existirem algumas pessoas que preferem o younger.
Isto porque, ao trabalharmos com o elder, estamos na verdade readaptando o que sabemos que era feito através do younger.
Pois se olharmos as evidências rúnicas existente até hoje, a grande maioria data da era vikling, período onde o elder já estava em desuso.
Em suma, podemos dizer que as runas nórdicas, como parte de uma cultura que evolui, sofreram alterações com o passar do tempo.
Mas independente do alfabeto que você vier a a escolher, com certeza perceberá que elas tratam de um verdadeiro caminho mágico.
E você? Já usa as runas no seu desenvolvimento pessoal ou como uma ferramenta para ajudar outras pessoas?
Compartilhe comigo nos comentários qual dos alfabetos você utiliza ou tem vontade de aprender 😉
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