O que São e Pra Que Servem os Oráculos

Uma pessoa que busca um oráculo, exceto os curiosos, geralmente se sente perdida. Tem muitas dúvidas para tomar uma atitude ou decisão, ou ainda, precisa ser acolhida em um momento de dificuldade.

E não é à toa que os oráculos funcionam tão bem para todas essas opções, pois através dessa ferramenta sensacional é possível analisar aspectos “ocultos” do subconsciente e identificar as tramas daquilo o que chamamos de “destino”.

E nestes momentos, sentimos necessidade de questionar e compreender a causa de muitas questões e ainda ter uma boa ideia de como as situações correntes devem se desenvolver daqui para frente.

E por mais que as pessoas teimem em pensar nos oráculos como uma “vantagem” ao antecipar acontecimentos, a verdade é que a essência fundamental deste trabalho é proporcionar autoconhecimento, crescimento pessoal e evolução espiritual.

O Poder dos Oráculos

Claro que é preciso saber usar. Mas uma leitura bem executada é capaz de responder perguntas como:

“O que pode ser alterado e como?” – verificar quais as lições a serem aprendidas e que tipos de comportamento a pessoa precisa mudar para se reinventar e melhorar suas possibilidades;

Ou “como posso melhorar minha forma de viver?” – verificar o que está faltando, que propósitos o eu interior sente que não estão sendo alcançados;

Ou ainda “para onde as coisas estão caminhando?” – aqui é o momento onde você verifica os padrões do wyrd/urðr (destino*) para entender de que maneira a energia está se desdobrando;

… Dentre muitas outras questões.

>>> Mais sobre a visão de destino pela cultura nórdica neste artigo <<<

Neste processo, diversos questionamentos são respondidos por mensagens recebidas através da conexão com o outro lado (ao menos de um ponto de vista místico). E há ainda um estudo psicológico sobre a leitura oracular conforme veremos mais adiante.

Oráculos então (como o tarot, runas, cartomancia, búzios) , quando interpretados por um profissional dedicado e humanitário trazem luz e abrem caminhos.

Sim! É essencial que você, se for atuar na área, seja um profissional adequado que entenda que os seres humanos são todos diferentes, cada um com suas peculiaridades.

E que dedique seus esforços em uma abordagem personalizada, amável e profundamente humanitária, acima de tudo livre de julgamentos.

Ah, e procure conduzir uma consulta ampla, detalhada e assertiva é claro. Afinal, cada pessoa que te procura é um ser único, integro e especial que deve ser acolhido com seriedade, respeito e compreensão.

Mas de Onde Veio Isso Mesmo?

Não tem jeito, ao falar em oráculo já logo nos lembramos da palavra “adivinhação“. Mas por quê? E o que seria isso afinal?

Bom, desde os primórdios o ser humano criou formas de tentar antever o que está por vir, através da conexão com diferentes divindades. Lembrando que no princípio o ser humano não entendia como muitas coisas funcionavam.

Não entendíamos os fenômenos naturais e sempre acabávamos atribuindo uma essência divina a todos eles.

Então, muitas formas de conexão com o divino foram se desenvolvendo, como as várias formas de magia, diferentes cultos e dentre elas a prática da adivinhação.

Neste processo, buscava-se auxílio para tomar decisão, como por exemplo, antes de uma guerra, tentando prever as probabilidades de vitória.

E isto acontecia em diferentes civilizações antigas como os gregos, sumérios, egípcios, celtas e por aí vai.

“A própria palavra “adivinhação” (divinari em latim) seria relativo a divinus, também em latim, que significa algo como “divino”.

Adivinhar seria o mesmo que exercer a divindade.

Entendemos então que estas práticas possibilitam, através da conexão com o “divino” receber mensagens e antever situações. Podem ainda trazer a conhecimento aspectos armazenados no subconsciente, já que torna possível enxergar ou “ler” na luz astral o que está oculto.

E aí você tem uma infinidade de meios que se desenvolveram com o propósito da divinação, desde os mais “primitivos”, utilizados pelas culturas antigas, até as mais rebuscadas cartas que são desenhadas até hoje por talentosos artistas.

“Oráculo” do latim oraculum, significa algo como “anúncio divino”, ou mesmo um “lugar onde as respostas oraculares são dadas” e deriva de oro que significa “pleitear” ou “rezar”.

A palavra oráculo então foi utilizada para identificar os lugares onde consultas ou profecias eram feitas, a palavra divina que era recebida ou mesmo a pessoa intermediária.

Nos dias de hoje, entretanto, é mais comum ouvirmos falar em oráculo para identificar as ferramentas utilizadas (tarot, runas, borra de café, leitura de mão, interpretação de sonhos, búzios). As pessoas que exercem esta função acabam sendo conhecidas como oraculistas.

O Mito da Vidência

Pois é. Se você é daquelas pessoas que acredita que toda taróloga, runemal (runóloga), cartomante e derivados é um vidente, sinto decepcionar, mas isto está muito distante da realidade.

Primeiramente vamos corrigir um conceito: vidente é quem vê. Todos nós a não ser quem infelizmente é cego, somos videntes.

Isto é apenas uma confusão semântica, pois aquele que enxerga no astral é um clarividente, palavra derivada do latim “clarus” (claro) + “videre” (ver) = visão clara.

E detalhe: se a visão espiritual indefere dos órgãos físicos, nada impede que um cego veja seres espirituais, auras, pessoas e objetos distantes.

Um clarividente enxerga através da visão espiritual pelos olhos da mente. E isto é uma qualidade inerente ao ser humano – e diga-se de passagem também dos animais – então todos nós possuímos este potencial.

O problema é que na maioria de nós ele não é desenvolvido. E com muita prática e treino pode até ser que você consiga desenvolver, mas existem ainda diferentes níveis de clarividência.

Então, sabemos também que algumas pessoas já possuem este “dom” desenvolvido de forma natural e geralmente são estas pessoas que acabam sendo chamadas por aí de “videntes”. Mas não necessariamente os oraculistas são assim.

Claro, nada impede que uma pessoa que tenha o dom da “vidência” por si só bastante desenvolvido, aprenda e utilize um oráculo. Na verdade pode ser uma boa combinação.

Mas, a esmagadora maioria não o é, nós somos na verdade instrumentalistas. Isto significa que estudamos a fundo um ou mais oráculos e aprendemos a manuseá-los como um ofício.

E a grande revelação é:

Qualquer pessoa pode aprender a interpretar um oráculo.

É isso mesmo, seja para uso pessoal ou em busca de uma profissão transformadora, com muita dedicação qualquer um pode desfrutar dos benefícios que dominar este tipo de ferramenta nos traz.

E isto porque todos nós temos intuição.

A intuição é aquela vozinha interior que nos dá avisos. Com certeza você já passou por situações onde sentiu previamente em seu íntimo se deveria ou não fazer alguma coisa.

E normalmente, pela mania racional e cética impregnada em nossa mente consciente, acabamos nos dando conta de nossa intuição justamente quando deixamos de dar ouvidos a ela.

Com certeza você já passou por alguma situação onde algo ruim aconteceu e você se deu conta de que já esperava por isto; de que já havia pensado nesta possibilidade pouco antes do ocorrido e que no fundo não foi nenhuma surpresa.

E para utilizarmos um oráculo, não basta sair decorando o significado de cada elemento que ele contém, mas é preciso desenvolver e ampliar a sua intuição.

E acredite, ela está aí em algum lugar e é a voz divina que nos fala através do chacra do coração, que nos permite captar o profundo significado das coisas (e antever situações).

Afinal, se o divino (seja lá qual for a sua crença) está em tudo, incluindo em nós mesmos, esta força pode ser acessada por qualquer pessoa que se dedique a isto…

Mas, saindo um pouco do âmbito do misticismo, reforçaremos estes conceitos agora com base no que Jung nos trouxe através de suas obras.

A Psicologia Analítica e o Tarot (e Outros Oráculos)

Sincronicidade

Sugerido pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, este conceito defende que duas dimensões, uma física e uma não física, possuem sincronia, pois tudo no universo estaria interligado por um tipo de vibração.

Em outras palavras, existe uma sincronicidade ente eventos psíquicos e físicos que se revelam como coincidências; como os sonhos premonitórios por exemplo.

Porque eventos físicos geram imagens psíquicas que podem ser “captados” por nossa psique.

Desta maneira, Jung apresenta esta capacidade de captação como uma habilidade inerente a todos nós, e não como algo sobrenatural.

Segundo ele, o nosso inconsciente é capaz de refletir o cosmos ou espaço universal, composto de matéria e energia e ordenado segundo suas próprias leis.

 Arquétipos e o Inconsciente Coletivo

Ainda analisando os estudos do Jung, nos deparamos com estes dois conceitos fenomenais que enquadram os oráculos como uma incrível ferramenta terapêutica. Segundo Jung, que aprofundou seus estudos na simbologia aplicada ao tarot, cada aspecto ou significado de cada carta corresponde a um arquétipo.

Mais o que seria isso afinal?

Pra entendermos o arquétipo, precisamos primeiramente entender o conceito do inconsciente coletivo.

E o inconsciente coletivo é um conceito que se aproxima muito da questão do instinto. É como se fossem certas ideias ou concepções prévias que você traz no seu inconsciente por conta da sua própria espécie; é como se ele viesse junto com a genética.

E os arquétipos em si são como imagens ou representações de alguma ideia ou de alguma coisa. Resumindo: cada imagem/ideia que o tarot apresenta através de cada simbologia, funciona como um arquétipos e acabam trazendo coisas que estão no inconsciente coletivo.

E isto se aplica a todos os oráculos, não apenas ao tarot, pois todos funcionam da mesma forma.

Surge então uma poderosa ferramenta terapêutica, capaz de trazer a tona bloqueios mentais e problemas comportamentais. Além de orientar sobre a melhor maneira de solucionar tais questões e impulsionar a mudança de atitude e autoconhecimento.

Hoje podemos dizer então que uma consulta oracular ajuda de maneira fundamental as pessoas, a nível terapêutico e de desenvolvimento humano.

E vai muito além de simplesmente tentar prever o futuro. É um trabalho que deve ser encarado com muita seriedade.

Nota: embora as runas sejam símbolos mágicos por excelência, elas também são utilizadas de forma brutalmente assertivas como oráculo. Veja mais sobre isto neste artigo.

Tá Todo Mundo Usando os Oráculos Errado

Quando você busca orientações deste tipo você sente maior segurança, percebe seu poder de escolha e adquire o controle sobre seu caminho; a certeza de decidir a melhor forma de prosseguir.

Conhecer a si mesmo é a melhor ferramenta que você tem de crescimento e na verdade, embora uma leitura oracular acabe sim trazendo informações desconhecidas e prognósticos futuros, o trabalho dos oráculos está muito mais associado ao presente.

Isto porque, eles possibilitam uma análise da sua energia, trazendo os padrões energéticos correntes de acordo com acontecimentos e ações do passado.

Como consequência, aponta o provável desfecho se você continuar no mesmo caminho ou mantendo o mesmo comportamento.

Então aí nós percebemos que o provável “futuro” é mais um aviso e deveria ser encarado pelas pessoas como informações acessórias.

Seriam as consequências ou os “sintomas” percebidos na vida delas e deveria ter menos destaque em uma leitura oracular.

A verdade é que os oráculos nos trazem uma verdadeira luz para nossos caminhos.

E que as principais informações que eles trazem – estas sim que deveriam ser levadas em conta – estão relacionadas a aspectos do inconsciente e de comportamento, isto é, trazem autoconhecimento.

E os oráculos são muito espertos. Eles apontam o dedo justamente na ferida, mostrando o que não queremos ver, mas PRECISAMOS ver.

Porque são aspectos que irão fazer parte do nosso aprendizado. Estas informações refletem a verdadeira “doença” ou causa por traz dos “sintomas” que se manifestam através dos acontecimentos (passados, presentes e futuros).

Esse foco precisa mudar! O oráculo precisa sair do patamar “ferramenta de adivinhação” para “ferramenta terapêutica”.

E infelizmente ainda são poucos os profissionais e clientes na área que entendem o sentido maior de uma abertura oracular.

E estas poucas consultas que realmente valem a pena, se perdem no mar de atendimentos vazios que banalizam esta arte, mantendo as pessoas cada vez mais dependentes oferecendo uma verdadeira “enrolação” e a preço de banana.

Já vi pessoas que ligam para o tarólogo várias vezes por dia a todo o momento que precisam tomar uma decisão corriqueira. 🙁

Já vi inclusive pessoas solicitarem ao tarólogo que ”dite” uma mensagem ou e-mail que o consulente precise enviar para terceiros. Isto é absurdo! Isto não ajuda ninguém, só manipula essas pessoas e passa a mão na cabeça delas. E só joga ralo abaixo um momento que poderia ser profundamente revelador e espiritual.

E por conta desta e outras, devemos nos focar no algo a mais, buscando fazer algo de construtivo no mundo e não nos deixar “vender”.

Tudo vai depender da sua abordagem, pois como um profissional competente você pode e deve responder às perguntas feitas pelo sei cliente, mas PRECISA tentar abrir espaço pra abordar a mudança de comportamento e aspectos que irão proporcionar o autoconhecimento.

Revelando assim com maestria as mensagens valiosas que realmente farão a diferença na vida daquela pessoa.

E embora ainda exista este choque entre o que fazemos e o que muitas pessoas por ai acreditam que fazemos, nem tudo está perdido!

Existem profissionais por ai disseminando a arte oracular como terapia e aconselhamento espiritual, ajudando a mostrar pras pessoas que é possível mudar este cenário.

E se você quiser aprende a dominar um oráculo só para si mesmo, no começo pode ser muito difícil interpretar, pois tendemos a burlar as respostas que não gostaríamos de receber. Mas com humildade e perseverança, você conseguirá aos poucos penetrar estes mistérios e o oráculo se abrirá para você como uma verdadeira fonte de sabedoria.

E você domina algum oráculo? Tem vontade de aprender esta arte? Não se esqueça de deixar seu comentário e compartilhar este conteúdo com seus amigos 😉

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