As Runas Como Arte Oracular

Runas Como Oráculo - Vários Jogos

Sim, muitos de nós na atualidade utilizam as runas como oráculo, mas não; não se sabe ao certo se as runas eram utilizadas assim pelos antigos povos germânicos.

Acredita-se que “pode ser”, se levarmos em conta que a prática oracular dentro desta cultura era bastante forte. Mas a verdade é que ninguém sabe ao certo quais delas eram utilizadas assim (se é que eram mesmo) e quais os significados que elas poderiam ter recebido em tempos antigos.

Infelizmente, não existe comprovação histórica a respeito.

E você deve estar pensando: Uai… Mas se é assim porque tantas pessoas ainda batem o pé afirmando que elas são um oráculo e, não raramente, APENAS um oráculo?

Continue aqui comigo e entenda melhor. E não se preocupe, eu também utilizo as runas como oráculo e vou falar sobre isso, mas cultura é sempre bom e todo mundo gosta 😉

>>> Para saber mais sobre os oráculos acesse este artigo aqui <<<

Oráculo das Runas – Uma Prática Moderna

Pois é. Esqueça tudo o que você pode ter visto por ai sobre as runas serem um oráculo antigo. As runas originalmente são outra coisa.

E isto faz do o uso das runas na arte oracular um experimento ainda mais intrigante.

Como pode uma convenção moderna – da década de 80 – baseada em simbolismos antigos tão escassos e inseguros, se tornar algo tão assertivo e transformador?

Seria uma questão de egrégora? Muitas pessoas acreditando que funciona e simplesmente passa a funcionar?

Ou as runas teriam sido realmente um oráculo em épocas tão remotas?

Vou me explicar melhor. Sabemos que a mente humana é muito poderosa, capaz de manipular energia e criar egrégoras.

E egrégora, do grego “egrégoroi”, seria uma “entidade” ou “força” gerada no Plano Sutil pela energia física, emocional e mental emitidas por duas ou mais pessoas que estejam em sintonia (de pensamentos, objetivos, sentimentos).

É uma manifestação autônoma que “cria vida” e é alimentada pelas manifestações e energias psíquicas associadas a ela.

Quanto maior a egrégora maior a sua influência sobre quem se sintoniza com ela.

Então nós temos três opções:

1) Em algum momento da história contemporânea, onde as runas até então só haviam sido usadas na magia e para comunicação, alguém resolveu experimentar algo novo e espalhou pras pessoas que funcionava. Logo, outras pessoas começaram a experimentar e muitas pessoas acreditando, bingo! As runas passam a fazer parte também do inconsciente coletivo como oráculo por conta da egrégora que se formou. Logo, se é de senso comum que ela funcionam, como consequência elas realmente funcionam.

2) Estudos históricos apontam que o uso oracular era corrente dentro desta cultura, embora nunca cite claramente as runas sendo usadas para isto. Mas da mesma forma, também não há registro preciso de como esses supostos outros recursos oraculares eram usados. Então tecnicamente, não se sabe ao certo como eram estas práticas. E se não se sabe, então poderiam ser runas sim.

3) Ao verificarmos a origem mitológica das runas o deus Odin, que poderia ter sido um xamã, passou por um ritual de auto sacrifício e teve uma iluminação, descobrindo assim o segredo das runas. Note que eu disse que ele DESCOBRIU não que ele CRIOU. Se não foi ele quem criou, ele retirou este conhecimento de algum lugar e se pensarmos de um ponto de vista do espiritualismo, as runas enquanto símbolos mágicos servem como pontes para determinados fluxos universais de energia. Energias que simplesmente estavam lá muito antes do ser humano pensar em andar sobre a terra.

Eu particularmente adoro esta última abordagem e vou explicar por que:

Muitas práticas com as runas se desenvolveram ao longo dos anos.

Desde a primitiva magia rúnica praticada pelos germânicos pré-cristãos, até a “yoga rúnica”, as tais linhas de “reiki rúnico” – um verdadeiro exagero – e a “yoga rúnica”. E todas elas funcionam.

Agora pensa comigo: se existem forças além da nossa compreensão, que já fazem parte de tudo o que existe desde o princípio dos tempos e estas forças nos afetam em forma de diferentes níveis vibracionais ou tipos de energia, isto explicaria alguns “feitos” alcançados por seres humanos que conseguiram captar conscientemente estas vibrações.

Em outras palavras: poderia cada característica que foi atribuída às runas, como passagens da mitologia e aspectos culturais, ser uma forma encontrada pelos antigos povos germânicos “traduzir” estes diferentes tipos de vibrações que já existiam?

Seria possível que a passagem de Odin reflita momentos de iluminação que ocorrem de tempos em tempos com seres humanos no decorrer de nossa história, onde pessoas espiritualmente inspiradas conseguem captar determinados padrões energéticos na luz astral?

Também tenho meu lado cético. Acredito sim que as runas em um primeiro momento devam ter surgido apenas como um alfabeto para a comunicação, simples assim.

Porque mesmo existindo a passagem mitológica de Odin, temos que levar em conta que as runas por si só já eram um mistério, para um povo que em sua grande maioria era iletrado.

Afinal, os mestres de runas faziam parte da elite social e eram minoria.

Além disto, existem também divergências de tradução. A palavra runa pode significar “mistério”, “sussurro”, “conselho”, ou pode significar simplesmente “letra”.

E pra pioria a situação, acredita-se que os poemas rúnicos, que são usados como base para o significado de cada runa na arte oracular, seriam uma espécie de “abecedário da xuxa” da época, usado para memorização das letras.

Neste sentido, os versos que se referem a cada runa não representariam um significado literalmente associado aquele caractere, o que lançaria por terra todos os significados atribuídos a elas de um ponto de vista da simbologia.

Mas quem experimenta a energia das runas, seja pra meditação, como oráculo, na magia ou desenvolver o autoconhecimento e poder pessoal, garante que funciona!

Sabemos que em muitas culturas da era pré- cristã, o conhecimento era passado, em sua maior parte, de forma oral e com estes povos não foi diferente.

O pouco que se tem documentado referente não só às runas, mas também à mitologia e cultura destes povos, data de uma época tardia com descrições dos poucos letrados cristãos, já na idade média.

E a esta altura, muito do que puderam reunir já estava bastante fragmentado e incerto, além de consideravelmente interpretativos, já que eram contados em forma de poesia.

Então das duas uma: ou as runas não tinham nada de especial e com o passar do tempo criou-se uma mítica em torno delas – que por uma questão de egrégora tornou-se real, ou elas simplesmente significam sim alguma coisa.

Algo que começou a ser desvendado lá atrás pelos antigos germânicos e vem cada vez mais sendo sentido e aprimorado por pessoas inspiradas que vieram depois.

É algo que simplesmente não dá pra definir: quem veio primeiro o ovo ou a galinha?

Eu digo: tanto faz!

Afinal de contas, não é porque nossos ancestrais inventaram a roda que nós não podemos usar um carro movido a motor.

Evolução minha gente! (Os tradicionalistas realmente me odeiam 😉 )

Óbvio, tenha o mínimo de respeito por essa cultura ancestral. Estudo eles, honre o conhecimento que eles nos deixaram, entenda o que é conceito e prática puramente germânica e o que é prática acessória contemporânea e faça seus experimentos.

Identifique o que faz e o que não faz sentido pra você.

 

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Desenvolvimento da Arte que Usa as Runas como Oráculo

Como dito exaustivamente, não há muitas referências históricas desse uso pelos pagãos germânicos. Quem defende com unhas e dentes o uso da runas como oráculo nesse período, geralmente leva em conta a seguinte passagem da obra Germânia de Tácito, onde ele descreve as tribos germânicas que habitavam as regiões de fronteira do Império Romano por volta do séc. I:

São os que mais observam tiragem de sorte e oráculos. O modo de tirar a sorte é simples. Cortam uma vara de árvore frutífera e dividem-na em partes, marcando-as com símbolos, e as jogam de maneira completamente aleatória por sobre uma alva toalha.

Realmente parecem runas pela forma que ele descreve, mas há um problema:

A obra é do ano 98 da Era Comum e neste período ele não poderia ter tido acesso a elas por uma questão geográfica, pois neste período elas somente poderiam ser encontradas próximas ao Mar Báltico.

Dái temos uma grande lacuna até o século XVII.

E para entender melhor sobre as transformações que as antigas práticas pagãs europeias sofreram, precisaríamos saber sobre o contexto histórico da época. Não vou entrar nisso agora, pois fugiria muito do assunto deste artigo, mas você pode saber mais sobre isso acessando o artigo sobre magia.

Por hora basta dizermos que, por um bom tempo as práticas mágicas eram pagãs e bem rústicas. Aí a sociedade começou a ficar cada vez mais complexa e surgem os centros urbanos.

Por volta do sec. XIII, neste centros urbanos, começam a surgir formas mais complexas de magia, fusionando a magia natural a conceitos da filosofia, e outras artes. Os magos que estudavam outras ciências seriam os percursores das sociedades secretas e escolas de magia cerimonial.

E nestas escolas geralmente se fazia uma mistura de práticas e conceitos de diferentes culturas como os conhecimentos orientais, cabala, astrologia, magia pagã, magia medieval, astrologia, alquimia.

E assim foi, até que as primeiras ideias apresentadas sobre as runas como oráculo surgiram em uma obra chamada Adalruna Rediviva que foi escrita pelo hermetista rosacruz Johannes Bureus  em 1605 fazendo uma associações das runas com a Kabbalah, sugerindo uma espécie de kabbalah germânica.

Em 1908 o ocultista ariano Guido Von List cria o sistema Armanen. Ele afirma que as 18 runas deste sistema representariam os 18 feitiços* de Odin do Hávamál e lhe teriam sigo reveladas através de visões divinas.

*Os 18 encantamentos contidos na Edda poética (no manuscrito medieval Islandês Codex Regius – sec. XII) fazem parte de uma série de versos onde Odin conta como ele se ofereceu como sacrifico a si mesmo e após nove noites retornou à vida trazendo consigo o conhecimento das runas. Os tais encantamentos que ele cita são utilizados como base por muito praticantes para trabalhar a energia das runas para magia e cura.

E finalmente em 1982 Ralph Blum usou seu conhecimento em I Ching chinês para criar seu próprio tipo de adivinhação rúnica, sendo o primeiro a utilizar as runas em peças, mas ele foi ainda além, inventando o uso de uma runa em branco e alterando a ordem do futhark o que não faz muito sentido realmente.

Ainda assim, isto serviu de inspiração para outros autores como Diana Paxson e Edred Thorsson que preferiram ignorar estas alterações bizarras que ele fez, mas utilizaram suas ideias como referências para novos estudos das runas como oráculo.

Como Funciona a Leitura

Teoricamente, se os antigos povos germânicos realmente utilizaram as runas como oráculo, acredita-se que eles fariam isto de duas formas:

  • Escolhia-se 3 runas sem olhar, colocava-se uma do lado da outra e se interpretava o significado das três em conjunto a fim de verificar o bom ou mal agouro de uma situação;
  • Lançando as runas de forma literal, similarmente ao que se faz nos búzios.

Hoje fazemos praticamente isto, mais de forma mais complexa. Pois criaram-se várias técnicas para ajudar na interpretação o que facilita muito.

Então, como uma influência do tarot, é possível utilizar “mandalas” ou “diagramas” com casas pré-definidas.

Assim, após algum tipo de invocação/concentração/preparação – que poderá variar de pessoa para pessoa – tiramos as runas uma a uma da sacola, na quantidade necessária para a “mandala” escolhida. Após “colocar” as runas em suas determinadas casas interpretamos seus significados.

Existem muitas destas “mandalas”, aqui vai dois exemplos:

Runas como Oráculo - Jogada Cabeça de Mimir

Runas como Oráculo - Jogada para o Amor

Além disto, podemos lançar todas as runas aleatoriamente sobre uma superfície – como nos búzios.

Neste caso a leitura pode ficar muito mais complexa e depender de uma intuição altamente aflorada. Aspectos a serem observados neste caso seriam a distância entre as runas, se a maioria cair mais perto ou mais longe de quem interpreta o jogo, entre outros detalhes.

As possibilidades podem varias também dependendo do “tipo” de peça e você está usando. Por exemplo: runas em varetas podem cair cruzadas, o que significaria influências em oposição.

E uma terceira e mais interessante opção seria uma mistura destes dois métodos.

Neste caso, se faz o lançamento de todas as runas ao mesmo tempo porém com um diagrama na superfície.

Um ótimo modelo a ser usado é o diagrama que carrega a simbologia dos nove mundos:

runas-como-oraculo-mandala-9-mundos

 

Neste caso é extremamente importante não só saber os significados das runas, mas também conhecer a fundo a simbologia dos nove mundos.

Entender o que representam os seres que lá habitam e os simbolismo de um ponto de vista psíquico que tal “mundo” representa.

Para este tipo de leitura, como as runas são atiradas todas juntas, vários detalhes de posicionamento também são analisados.

 

Gostou desde artigo? Deixe ai nos comentários o que mais você gostaria de encontrar aqui no blog e fique atendo às atualizações, vem mais coisa interessante por aí 😉

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Author: Ana Freyja

Olá, eu sou a Ana Freyja, Mentora de Autoconhecimento, desenvolvimento pessoal e espiritualidade alternativa - especialista em runas. E eu ministro o curso online de runas e realizo atendimento com as runas para pessoas inteligentes e verdadeiramente comprometidas(os) com o próprio sucesso. Se você está disposta(o) a encarar desafios, a fim de entender mais a si mesma(o) e desenvolver suas próprias habilidades, pode contar comigo! Pois ajudarei você a resgatar seu poder pessoal e ser quem você deseja ser. Viva com propósito e transforme o mundo!